segunda-feira, julho 24, 2006

Luz das estrelas...

(Avenida da Liberdade - Lisboa)

Tenho dó das estrelas
Luzindo há tanto tempo,
Há tanto tempo…
Tenho dó delas.
Não haverá um cansaço
Das coisas,
De todas as coisas
Como das pernas ou de um braço?
Um cansaço de existir,
De ser,
Só de ser,
O ser triste brilhar ou sorrir…
Não haverá, enfim,
Para as coisas que são,
Não morte, mas sim
Uma outra espécie de fim,
Ou uma grande razão –
Qualquer coisa assim
Como um perdão?

Fernando Pessoa

1 Comments:

At 5:05 da tarde, Anonymous Anónimo said...

O poema é lindo, lindo, lindo... Nunca deixa de me espantar como Pessoa consegue fazer poemas tão (enganadoramente) simples e ao mesmo tempo tão tocantes. É o meu ídolo - o meu farol poético. Continuem a pôr aqui poemas de Pessoa, que vão no bom caminho :-)

 

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